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Corredor

Outro mês, tanques metálicos cruzaram a rua
O barulho foi aterrador
Me encolhi no porão, com as janelas fechadas
Por uma fresta, um olho enxergou quando derrubaram a varanda
Aquela, com nossa adega de vinho e violão
Meu sangue instantaneamente se tornou febril
Tristeza não passou pela mente.

Outra semana, ouvi aviões em rasantes
Estava alerta, mas o alarme da cidade não soou
Um sopro fervente entrou pela lareira
Mais tarde, abri as portas e nossos girassóis estavam mortos
Pareciam carvão
Chorei.

Outra hora, cheguei em casa e não encontrei nosso quarto
Era só um límpido vazio,
não havia nenhum resquício das paredes cinza-claras ou da manta macia
Passei a noite acordada.

Por favor,
Vamos colocar um ponto final.
Esses sentimentos asfaltam os lindos crisântemos,
Mudam a rota dos meus pássaros preferidos

Pelo menos,
Me deixe ficar com o corredor em que nos olhamos pela primeira vez.