Tainá Lopes

O guardião de si

 

Nos fones, Charlie Brown canta verdades,

letras que falam do que ele já viu.

Deixa que escutem o som que o move,

mas ninguém sabe o que o feriu.

 

Mostra o riso leve, a paz no olhar,

as marcas de quem já matou seus demônios.

Fala do mar, do vento, das ondas,

mas o que sente, esconde entre os sonhos.

 

Revela o esforço, a sede de vida,

o corpo moldado em dedicação.

Mas o que pensa, o que teme, o que sonha,

fica guardado no seu coração.

 

Confiante, caminha sem precisar provar,

não busca aplausos, não pede atenção.

Ele é o que é, sem medo, sem pressa,

livre, selvagem—um leão na escuridão.