Tom Kalado

Minha loucura

Sempre me achara um pouco louco;

outros também denominam-me

desnorteado, imoral e vil !

 

O que determina essa minha total loucura?!

 

será os beijos ardentes daquelas variadas bocas;

os peitos nos quais repousei;

nos olhos nos quais nunca adentrei;

nas ausências fantasmagóricas,

ou nos copos frios de bebidas;

talvez nas conversas bobas.

 

Quero uma boca, um cu, pau, uma buceta sei lá;

tudo se esvai num vazio escuro e frio;

tenho livros na estante à minha espera,

deus sabe quando os abrirei folha por folha;

a boa loucura tenta dominar-me

passam uns vídeos na telinha pequena das mãos

motivando ou me excitando

me toco e vejo outra loucura jorrar.

 

Vivo sempre morrendo a todo momento

a procura da tal lucidez,

do controle de emoções;

esse louco amoral meio translucido;

pouco a pouco veio a tal lucidez

me estagnou e louco fiquei completamente