Tainá Lopes

Notas de resistência.

Na relva fria, grilo persiste,

frágil corpo, mas som que insiste.

No vento, na noite, no vasto chão,

cantas sem medo, sem hesitação.

 

Silenciam-te os pés apressados,

soterram-te tempos cansados.

Mas volta a canção, fina e forte,

desafia o tempo, afronta a sorte.

 

Não te importas se ouvem ou não,

se é grande a queda, se é vão o chão.

Teu canto é verbo, teu som é fé,

viver é isso: seguir de pé.