Na relva fria, grilo persiste,
frágil corpo, mas som que insiste.
No vento, na noite, no vasto chão,
cantas sem medo, sem hesitação.
Silenciam-te os pés apressados,
soterram-te tempos cansados.
Mas volta a canção, fina e forte,
desafia o tempo, afronta a sorte.
Não te importas se ouvem ou não,
se é grande a queda, se é vão o chão.
Teu canto é verbo, teu som é fé,
viver é isso: seguir de pé.