Caminho por corredor
Em cor caramelo
Passos pastando persistentemente
Chão de chá mate
Bosques borrados por bolor
De escura cor
Canto tenor
Chuva enxuta e murcha
Será que essas gotas
São as lágrimas dela
Misturadas às minhas?
Seu bafo gelado
É o seu lamentar
Escondido dentro do meu?
Esta melancolia
Que me avaria
É sinal de entrada fria
Corrente sombria
Agride minha lataria
Rasga minha calmaria
Me obriga a engajar
Em triste cantoria
Abastecida por porfiria
Chuva enxuta
Expressão diminuta
Transcrição de sentimento
Ela enfurna
Torna convoluta
Mas não deixa de confidenciar
Tudo a mim
Seu curumim
Ligado a ela igual cupim
Um achado fruto
De dia de São Valentim