Godhici Reverie

Aqui jazem todas as minhas angústias

Desatinado, sepulto todos os meus ingênuos enleios

Resignado, vejo apenas este fim para meus anseios

Contudo, a cova destas se encontra na necrópole de minha mente

Para dirigir-me a este adro, basta um simples ato... um átimo

 

Pois me encontro sempre a lamentar-me sob minha tumba

Aos prantos da sanha, mágoa e mais imortal ânsia tão funda

A expurgar toda lucidez da veracidade, flutuo sob solo umbratico

E quando desperto deste delírio, sinto mil flechadas sob meu peito sombrio

 

Como se no calendário, sempre fosse dia de finados

O luto torna-se minha eterna vestimenta, sempre debruçado

Eu rolo ao núcleo mais profundo da soturnidade incompreendida

Sou atraído contra vontade, a aprazibilidade outra vez foi vencida

 

O que há de ser a felicidade se não segundos de desfastio?

E por que estes poucos segundos buscamos e almejamos

Quando podíamos deleitarmos na ledice da languidez?

Este pesar de pura afeição estacionado em nós mesmo menosprezado

 

Muitas vezes pisado, humilhado, mas continuas ali e ao aceitarmos

Aparenta assim ser menos doloroso seu aviso de chegada deleitoso

 

Se és a tristura tua mais fiel escudeira

Por que almejas a rosa da espúria?

Quando rodeado a tua figura

Se encontras no belo jardim de flores obscuras?

 

Contestas aqueles a sustentarem a crença a um Deus

Mas teu espectro junto a teu lastimável encéfalo

Almeja a mais abstrata glória do enlevo

E de tão demasiada extração no colo do enfaro procurando fuga eu te vejo

 

 

 

A plena jovialidade da alma é uma dádiva presenteada a raros

A desvencilharem da ardilosa tese da “creme” falha entre camicases

E o desalento é a rebelião da índole insatisfeita

As doses malfeitas insustentáveis em teu óculo hemisférico realista

 

Permite o padecer na essência do esmorecimento em tua índole

A morte é inevitável, porém é preciso bem mais que o entristecer

Para arrancar-lhe da carne já pútrida a tua ingênua e inocente alma

Onde no desconhecido de céticos, agnósticos e crédulos do globo

Levar-te ao paradeiro desconhecido onde ouvimos o cantar de um corvo

E por crer somente neste fatídico destino

Tornei-me incrédulo ao maldito regozijo!