pequeno verso

Soneto da vida

 

A vida é um sopro, um traço indizível

Um grão disperso na areia do tempo

Instante breve, risada no vento

Eterno ciclo, mistério invisível

 

Penso o real, universo incerto

Vendaval forte que tudo desfia

Morre a norma, renasce a utopia

Vaga a razão num mundo deserto

 

No fim do início, palavras se vão

Luta constante, escassez a ferir

Coração pulsa em seu próprio exílio

 

Angústia bela que finge existir

Ternura oculta no vasto vazio

Beleza efêmera a se consumir