Corre-me o amargo pranto pelo rosto,
Pela solidão que em minha vida se deu,
Quando a amada o seu amor não concedeu
A este que chora em profundo desgosto.
Neste desatino de viver não há gosto,
Pois no coração dela o amor não nasceu
E minha alegria há tempos se perdeu,
Quando na confraria dos infelizes fui posto.
Se naqueles braços eu sentisse a ternura
Levando o sigiloso título de amante
Já não estaria desfrutando a desventura.
Eis aqui um poeta solitário e vagante
Que segue os caminhos seus de amargura
Pois a sonhada felicidade está distante.