caiolebal

Enterro, despedida, um adeus

Juntei todas as minhas juras de amor

Todas aquelas carinhosamente preparadas

Mas sempre silenciadas

Para enterrá-las sem cerimônia

Sem lápide, para nunca mais serem lembradas

E desenterradas, tendo a mesma identificação

De todas as outras memórias ruins

Que esqueci com sucesso

 

Desintoxiquei todas as horas do meu dia

De toda a dedicação reservada à você, em palavras

Ações e até mesmo pensamentos

E agora sinto-me fadigado

Pela constante e crônica contração

De meus músculos emocionais

Fundamentais para o amar

Usados não só quando eu queria

Como também nos momentos

Em que eu não queria

 

Antes eu cultivava e cuidava

De cada laço que nos unia

Sempre preservando os motivos

Que nos aproximavam

Mas com o tempo, passei a ser

Descuidado para com eles

Até mesmo a rompê-los de propósito

Criando desculpas para o nosso

Separar

 

E quando nos separamos

Vou desejar que o chão que sempre

Guardou nossos passos na memória

Se torne um oceano, sempre com amnésia

Em relação às pegadas daqueles que viajam

Por ele