Anna Gonçalves

Neurose

Neurose, hoje te fiz morada,  

te dei espaço, te dei cama.  

Em mim, alguém foi neurose,  

hoje sou eu que reclama.   

 

Das fofocas que o vento traz.  

Decisões viram espelhos,  

onde refletem minha paz.  

 

Mas quem sou eu, senão a errante,  

que tenta o mundo agradar?  

 

Neurose, maldita neurose,  

que me corrói por dentro e afora.  

Quis tirar o karma dos outros,  

e hoje sou a que chora.  

 

Sou humana, cheia de falhas,  

e é assim que vou ficar.  

Acertar e errar...