Arlindo Nogueira

ENTRE OS POLOS

A vida é o translinear no solo

De polos negativos e positivos

Há contexto em alguns livros

Onde há nossa historiografia

Fatos vividos ao longo do dia

Entre solo, águas e multidões

Tal qual disse Luís de Camões

A terra acaba o mar principia

 

 Tudo é como as águas dum rio

Que passam e não voltam mais

E se não seguir as águas no cais

Ficarás nos corais sob lágrimas

Por deixar escapar essas águas

Pelo furo do arquivo preferido

Fugidio tal qual o tempo vivido

E seu trem levará àquela carga

 

Passe a ponte e siga um destino

Siga o tino se livre das amarras

Cantar no tom daquela cigarra

Dueto lindo que merece palmas

Fazendo eco às planícies calmas

Qual olhar da mulher mais bela

Que ao fitar lindo Sol na janela

Deixa dourar às franjas da alma

 

A vida só é completa com alguém

Não ter ninguém subtrai carinho

É qual um coala que vive sozinho

Você é ser humano é encantador

Conhece o chilrear do beija-flor

Que beija as flores do teu jardim

A vida é um translinear sem fim

E entre os polos busca seu amor