Ah, essa moça que passa, passa, passa!
Incendiando-me, maltratando-me, essa moça!
Quanto encanto entre pensamentos,
entre folguedos, louvores e espantos!
Quero sentir-te entre ventos e poemas,
entre amanheceres e anoiteceres, nesse passar!
Entre sonhos e devaneios e teu brilho intenso...
Passas por minha janela todos os dias, sem perceber!
Já sinto saudade, mesmo sabendo que não te pertenço.
Talvez um dia notes meu olhar aflito, nessa janela
ou, quem sabe, percebas a solidão que teus passos levam?!
Ah, essa moça faceira, passando, passando, altaneira.
Quem sabe um dia possa perceber o deserto que alimenta,
nesse passar sem dar conta desse amor que te oferto...