Sozinho em meu quarto, e do mundo alheio,
ouvindo e vendo artista verdadeira,
vi o sorriso da moça faceira,
que fora um dia todo o meu enleio!
Mas um poeta de escol anda à beira
do inatingível, e do devaneio;
por isso canta, sem pejo ou receio,
a sua vida em forma condoreira...
Porém, não fora aquilo uma utopia,
fora real, e, olhando a musicista,
vi a paixão abraçada em meus braços!
A nostalgia turvou minha vista,
pois que, no rosto dela, eu quase via
o meu primeiro amor naqueles traços!