Quando seu olhar tocou o meu,
o mundo suspirou.
Foi como se o tempo, exausto,
se deitasse em silêncio,
e entre nós se abrisse um espaço invisível,
feito de espera e desejo,
um instante pulsando eternidade.
Sua presença veio como música,
um eco de notas que eu nunca ouvi,
mas sempre soube sentir.
E ao te olhar,
suas sombras se misturaram às minhas,
e no reflexo dos seus olhos,
vi pedaços esquecidos de mim,
esperando seu toque para renascer.
Ao seu lado,
os dias se tornaram versos.
As ruas desertas,
os copos vazios,
os ecos perdidos do mundo —
tudo encontrou cor,
como se o amor que nos une
preenchesse os abismos que antes me habitavam.
Mas sua chegada trouxe também
as cicatrizes que eu temia tocar.
As perguntas sem rosto,
os medos que dormiam no silêncio.
E, ainda assim, até a dor,
ao seu lado,
se tornou caminho e aprendizado.
Agora, contigo,
não sou mais fragmento.
Sou inteiro, sou plenitude.
E no espaço entre nós,
encontrei o amor que me faltava —
e, mais do que isso,
encontrei a mim mesmo.
Você não era a peça perdida,
mas o verso que completou
o poema da minha vida.