Sou esta velha casa
em que alguém um dia morou
Sou o silêncio das janelas
sem rangidos, tão fechadas
Sou as marcas de vento e tempo
entalhadas em minha pele
Sou o pó sem a mobília,
nem mesmo alguém para soprar
Sou eu Calçada de folhas
e eu escura fechadura,
sem minha chave enferrujada!
Sou eu quem as telhas choram
quando chove, sem ninguém
Sou também suas rachaduras,
nunca o coração partido
Sou somente uma velha casa
abandonada, sem abrigo! ( ... )