Aos poucos abaixo as calças, tiro a blusa
e entro nesse rio, nessa água doce que é o meu eu.
Aos poucos, volto a ser gente viva, de corpo e alma
não mais aquele ser vivo que sepultava a si mesmo.
Aos poucos, estou renascendo em mim, para mim
Não de qualquer forma, daquelas que à mim impuseram como justa.
Aos poucos, bebo da minha própria água, a que jorra rio a baixo
Não sobreviverei ao oceano, nele quase me afoguei.
Hoje, tenho a liberdade de tocar a mim mesma
olhar no espelho e sorri, me autossustentar na palavra \"eu sobrevivi\".
Hoje estou despindo-me dos outros, e vivendo para mim.