Valença Silral

O meu EU

O meu EU

Aos poucos abaixo as calças, tiro a blusa

e entro nesse rio, nessa água doce que é o meu eu.

 

Aos poucos, volto a ser gente viva, de corpo e alma

não mais aquele ser vivo que sepultava a si mesmo.

 

Aos poucos, estou renascendo em mim, para mim

Não de qualquer forma, daquelas que à mim impuseram como justa.

 

Aos poucos, bebo da minha própria água, a que jorra rio a baixo

Não sobreviverei ao oceano, nele quase me afoguei.

 

Hoje, tenho a liberdade de tocar a mim mesma

olhar no espelho e sorri, me autossustentar na palavra \"eu sobrevivi\".

 

Hoje estou despindo-me dos outros, e vivendo para mim.