um cheiro que chegue na frente
dum amargo que mal se escute
não posa pra qualquer retrato
o olhar do tato é o mais quente
em foto eu também não sinto
na lápide ou noutro momento
e lanço mão dum riso de canto
ainda que pranteie por dentro
e quantas vezes há de se chorar
até que surja de nós um sorriso
de uma vida inteira, tão farta
e de morte, algo tão distante?
e quantas vezes há de se morrer
até que surja de nós uma vida
de um sorriso inteiro, tão farto
e de lágrima, algo tão distante?
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 07/03/25 --