Meu coração está vivo como as montanhas: no alto,
limitado, sereno e silencioso. O barulho do vento é
apenas a música que o faz não parar de palpitar.
É bênção cantada. Dando a impressão de que toca
o céu, mas fincado com os pés na terra pastosa –
sem excessos diversos, recusando a intemperança.
As montanhas estão vivas como eu estou viva.
Meu coração quer cantar cada uma dessas
músicas que sinto vir dela. Eu estou viva na
montanha. E meu coração não é solitário.
E eu canto mais uma vez a nossa melodia.
A montanha vive em mim. Lá dentro,
bem aberta, mostrando a tranquilidade
aberta que perfura suavemente a manhã
que me encontra. Quando a sua manhã
me adentra – mansa e refulgente.
No refúgio da minha montanha eu danço enquanto
caminho e exploro os detalhes de todo o verde de
todo o meu caminho. Eu estou (vestida de) verde-vida.
Ao final de todo caminho espalho lágrimas e encontro outro.
— A sapiência da montanha não é só o verde-vida, é o meu olhar.