Alma Perdida

Parasita

No íntimo do ser, um hóspede oculto,

Agita-se em silêncio, criatura maldita.

Sua vaga presença, como um vulto.

Na minha carne, uma agonia infinita.

 

Sob a pele, um rastejar que não se vê,

Mas eu sinto, como fogo sob o gelo.

A mente grita por socorro, um porquê,

Na batalha interna, um visceral duelo.

 

O invasor, indesejado e voraz,

Consome a paz, deixa o caos, um vazio.

Na luta para expulsar o que desfaz,

Resiste o corpo, em seu papel sombrio.

 

A esperança vem tênue como a luz.

Na busca de um alívio para a alma.

Contra o intruso, vontade não se produz.

E na tormenta, busca-se a rara calma.

 

Ah! agonia de sentir-me invadido,

Por um mal que se aninha e faz morada.

É o desafio de estar sempre atento,

Para que a vida não seja sufocada.