O que fizera eu para ter tal destino?
nascer?
andar sobre a terra?
O que fizera eu para viver isso?
nasci em terra de meu pai?
sai do útero de minha mãe?
cresci por entre os animais?
O que fizera eu para estar na nau da desolação?
fui esquecido por meus deuses?
transgredi as leis de meu povo?
encarcerado ouvindo as águas baterem no madeiro do barco
o tempo passa e já não ouço mais o som das gaivotas
triste é meu destino e de meus irmãos
não sei para onde vou
não sei para onde vamos
só sei que estou partindo de minha terra e indo para o desconhecido
sabe-se lá porque
ANTARES
uma luz no horizonte
guiando quem se perdeu
uma vela no mais alto lugar
levando os cegos para seu destino
uma luz bem distante
que ofusca a luz do espaço tempo
uma luz bem distante
que parece um candelabro
que arde como fogo indomável
queimando eternamente nos anéis do tempo
a força da natureza original
vela para os perdidos
mapa para os advindos do mistério
nas estradas do eterno absoluto
que nasce de dentro de seu próprio útero
senhora da noite escura infindável
demônio brilhante no espaço
símbolo do oculto
senhora da escuridão que contraria sua face com a luz
brilhando no eterno primeiro dia do universo
luz incandescente que reside
no vago impreenchível