O homem regular deita no relógio seu olhar
Não vendo a hora de seu sofrimento findar
O calendário com seus quadrados entidade violenta
A humanidade de seu ritmo eterna detenta
Dias e semanas carregam os moribundos
E rastejam pela lama os minutos e segundos
Anos e séculos observam a hipocrisia humana
Enquanto o fim dos tempos aparece à cigana
Tic, tac, perda de tempo é escrever
Tic, Tac, afinal, ele é nosso para perder?
Progressão, evolução, enganação, maldição
O fardo unidirecional passa de mão em mão
Vejam que estúpido, aquele que diz tudo dominar
Ele passa seu tempo esperando o tempo passar
Mas tudo bem, à esperança nos dediquemos a fundo
Pois maravilhoso e maluco é o mundo