Água caindo sob o meu rosto
Minha cabeça continua girando
Enquanto eu sinto a respiração aumentar
Virando um peixe, dentro de um aquário
Se afogando nos próprios pensamentos
Há dias e dias, dias que estamos e dias que existimos
Livre-se da insensatez, do seu delírio
O sol queimando minha pele, enquanto eu continuo a nadar
Eles continuam a falar, alimentando com falsas esperanças
A vida meio histérica, igual a um barco a vela na tempestade
Fisgando nossa atenção, colecionando cadáveres na parede para mostrar ao mundo
Mais uma vez fisgado, mais uma vez desligado
Acordando e dando socos no ar
Vou girando dentro do relógio
E o calendário vai me contando
Enquanto o termômetro me usa para medir a temperatura
Somos espectadores, tendo expectativas
Dentro de um aquário, não sendo aquarela, nem amarela, sendo dourado
Sim, aquele peixe, sim, aquele aquário...