Não sei
se a navalha corta a pele ou a carne
se a lágrima escorre pelo rosto ou pela alma
se a tinta mancha o papel ou o desenho
se o pingo da chuva bate na lata ou no alumínio
se o cigarro queima o fumo ou o homem
se a cigarra canta para uma ou para todas as flores
se a vida bate na porta ou na gente
se o céu forma o azul ou o azul forma o céu.
E o céu, é seu?
Agarro o espaço com o braço
E analiso-o com as mãos.
São minhas, não são?