Ydc

Cidadão das Estrelas

Sou um cidadão das estrelas.

Que deixa e deixará saudades.

No raiar, no escurecer azulado.

Desapareço... como você, que nunca êxito em migrar.

-

Navegar ao distante mar que me põe medo.

E o meu peito se abre, deixando minhas costelas expostas.

Frágil, como foi a sensação, o pensar de ter lá.

Retrocedendo as origens, o escuro, o nada me tranquila...

-

Sou das estrelas, concebido na juventude, num milagre.

Com a sua testa estrelada, concebida em um sonho e seus pulmões sangrentos.

Viver para me levar, e eu merecia? Essa dor, essa alegria, essa consciência.

Por onde estava as antigas memórias, eu fecho os olhos.

-

Tentando me retroceder e não avisto nada além... dela.

Meu amor eu te cuidei, tive a coragem de encostar no seu ser.

Desprezando a vida que me deu, e neste ciclo, não vai dar em nada.

Correr pelo fim, agarrar e rasgar, chances que borram, esse maldito batom.

-

A porta ainda bate, ele abre minhas portas, um demônio nu.

Estendendo sua mão levando-me ao vazio, a caverna dos desdenhados.

Cidadãos cegos e mudos, berrando aos gritos de frente ao espelho.

No som das trombetas, condenados a morrer nas cinzas das inocências.

Irônico como morrer no meio fio.

-

Irônico louvar na caverna, irônico chorar quando nem sequer desvinculamos, dessa dor.

Deus, eu pertenço as estrelas, e clamo pelos dias, horas e minutos.

Quebrando a cabeça, refletindo no seu olhar, me consumindo por esse mundo.

Tentando lhe entender... O que eu fiz? Para merecer... essa dor tão jovem... esses traumas.

Choro em silencio na caverna... Senhor... por favor... me devolva as estrelas...