Sezar Kosta

A ETERNIDADE DO AMOR

Quando o mundo estilhaçar seus céus,

e a mentira soprar como cinzas ao vento,

serei teu farol –

na névoa que cega os sonhos,

teu abrigo firme,

uma estrela solitária a incendiar o infinito.

 

Em cada passo teu,

serei o sussurro que embala o silêncio,

o fio de luz que atravessa a noite,

acalmo os mares que rugem na tua alma,

porque és meu horizonte,

e jamais estarás sozinha.

 

Há vida nos gestos que trocamos,

simples, mas vastos,

como rios que dançam entre montanhas,

esculpindo seu caminho com paciência.

Nosso amor é esse rio –

não se apressa,

mas carrega a força da eternidade

em seu fluxo calmo.

 

Não precisamos de palavras,

pois teu olhar traduz o que o mundo não ousa dizer.

É como se nossos corações falassem

em uma língua que só nós habitamos,

uma melodia que ecoa além do tempo.

 

O velho escultor, o tempo,

pode tentar apagar as marcas de nossa estrada,

mas o que temos é raiz que finca fundo na terra.

É pedra que resiste à maré,

uma chama que dança, mas não se extingue.

 

E quando o último sopro de luz

se dissolver no abraço da noite,

estarei ali, ao teu lado –

não como um eco,

mas como o próprio silêncio,

o instante eterno que nos une.

 

Porque o que somos não se apaga,

não se perde no vento,

não se dissolve em palavras fugidias.

 

Somos chama,

somos eternidade.