Quando o mundo estilhaçar seus céus,
e a mentira soprar como cinzas ao vento,
serei teu farol –
na névoa que cega os sonhos,
teu abrigo firme,
uma estrela solitária a incendiar o infinito.
Em cada passo teu,
serei o sussurro que embala o silêncio,
o fio de luz que atravessa a noite,
acalmo os mares que rugem na tua alma,
porque és meu horizonte,
e jamais estarás sozinha.
Há vida nos gestos que trocamos,
simples, mas vastos,
como rios que dançam entre montanhas,
esculpindo seu caminho com paciência.
Nosso amor é esse rio –
não se apressa,
mas carrega a força da eternidade
em seu fluxo calmo.
Não precisamos de palavras,
pois teu olhar traduz o que o mundo não ousa dizer.
É como se nossos corações falassem
em uma língua que só nós habitamos,
uma melodia que ecoa além do tempo.
O velho escultor, o tempo,
pode tentar apagar as marcas de nossa estrada,
mas o que temos é raiz que finca fundo na terra.
É pedra que resiste à maré,
uma chama que dança, mas não se extingue.
E quando o último sopro de luz
se dissolver no abraço da noite,
estarei ali, ao teu lado –
não como um eco,
mas como o próprio silêncio,
o instante eterno que nos une.
Porque o que somos não se apaga,
não se perde no vento,
não se dissolve em palavras fugidias.
Somos chama,
somos eternidade.