Mãe, eu chamo teu nome no escuro,
mas só o silêncio me abraça.
O tempo, esse traidor impiedoso,
leva teu rastro e me desgraça.
Não sei o que dói mais,
se a solidão que me devora,
ou a dor fria da tua ausência,
ou essa saudade que nunca vai embora.
Eu era feito da tua voz,
do teu riso, do teu afago.
Agora sou sombra, sou eco,
sou um corpo sem embalo.
O mundo perdeu as cores,
o ar pesa dentro do peito.
Me afundo nesse abismo,
onde amor virou lamento.
Mãe, se puder me ouvir,
diz que ainda me vê...
Porque eu já não sei mais viver
sem me perder em você.
19 fev 2025 (18:36)