Há em você um segredo que escapa ao toque,
como o voo fugaz de uma borboleta sob o sol quente,
leve, imprevisível, e ainda assim, eterna.
Capturar sua essência é como tentar abraçar a névoa:
escorre pelos dedos, mas deixa a doçura do frio da manhã.
Nas coisas simples, sua alma se revela.
No som do vento, que canta nas folhas douradas,
no reflexo suave que dança sobre o rio,
ou no aroma do café quente, que acalma os dias densos.
Você é a pausa no caos,
o instante suspenso que nos ensina
a beleza do ordinário.
Mas há tempestade em você.
Um turbilhão que rasga o silêncio,
agita o coração e desfaz certezas.
Na inquietude, você floresce,
como uma flor que rompe o asfalto,
insistindo em viver onde o impossível parece reinar.
Você é o eco de algo maior,
uma memória antiga que não vivi, mas sinto.
É o silêncio que fala mais alto,
o vazio que se preenche de sentido,
a dança entre luz e sombra
que só os olhos atentos podem entender.
E, no fim, você é um convite.
Um chamado para sonhar,
para olhar além do horizonte,
e acreditar que há raízes invisíveis
que sustentam a imensidão.
Porque, meu amor, o que você desperta
é como o vento:
sem forma, mas capaz de mover o mundo.
Ele renasce a cada suspiro,
a cada gesto,
e nos leva, sem pedir licença,
para onde a razão não alcança,
mas onde a alma encontra finalmente seu lar.