Sezar Kosta

O ABRAÇO DO VENTO DO AMOR

Há em você um segredo que escapa ao toque,

como o voo fugaz de uma borboleta sob o sol quente,

leve, imprevisível, e ainda assim, eterna.

Capturar sua essência é como tentar abraçar a névoa:

escorre pelos dedos, mas deixa a doçura do frio da manhã.

 

Nas coisas simples, sua alma se revela.

No som do vento, que canta nas folhas douradas,

no reflexo suave que dança sobre o rio,

ou no aroma do café quente, que acalma os dias densos.

Você é a pausa no caos,

o instante suspenso que nos ensina

a beleza do ordinário.

 

Mas há tempestade em você.

Um turbilhão que rasga o silêncio,

agita o coração e desfaz certezas.

Na inquietude, você floresce,

como uma flor que rompe o asfalto,

insistindo em viver onde o impossível parece reinar.

 

Você é o eco de algo maior,

uma memória antiga que não vivi, mas sinto.

É o silêncio que fala mais alto,

o vazio que se preenche de sentido,

a dança entre luz e sombra

que só os olhos atentos podem entender.

 

E, no fim, você é um convite.

Um chamado para sonhar,

para olhar além do horizonte,

e acreditar que há raízes invisíveis

que sustentam a imensidão.

 

Porque, meu amor, o que você desperta

é como o vento:

sem forma, mas capaz de mover o mundo.

Ele renasce a cada suspiro,

a cada gesto,

e nos leva, sem pedir licença,

para onde a razão não alcança,

mas onde a alma encontra finalmente seu lar.