Gilberto C. S. Jr.

Grilhão

Ardiloso és tu

Oh! Retrato infiel

Sombreia minha alma

Não espelha a intrincada teia de particularidades

Partículas gotejadas de vida

Tingida e vivida em partições

Retratando apenas o reflexo da vitrine

Assim, és tu

Amalgamando

No ínfimo, íntimo e infinito

Aquilo que em mim jaz

Isso não me apraz

Este é meu eu

Céu enclausurado no ego

Distante e soterrado no “id”

Vide meu nervoso sistema

Lema e dilema do meu pedido de socorro

Esvaindo o sopro que ainda me resta

Então, morro... morro... morro.

Cada morte é um ciclo que se encerra

A Fênix renasce

Não das cinzas, mas da torrente sanguínea do esforço

Sofrimento apaziguado e depurado

A cada novo esboço

Início e fim

Coexistindo, assim

Período após período

Como num movimento pendular

Testemunha ocular

Da forja que produz

Intermináveis recomeços

São apenas adereços

Grilhão que não se deixa quebrar