Charles Araújo

BRINCANDO COM FOGO

BRINCANDO COM FOGO

 

 

És o fantasma que retorna voraz e sedenta 

Mas de carne, de alma, e perfume amadeirado.  

Teus passos são ecos de memórias vivas,  

Teu olhar, um segredo que nunca se apaga.  

Minha juventude nunca morreu

E tu benz sabe que ela repousa entre as curvas do teu corpo,  

E desperta a cada toque dos teus dedos.  

Somos o perigo que desafia o tempo,  

O feitiço que bis prende entre o olímpio e o hades 

 

Teu amor é labirinto de promessas,  

Caminho de seda e tentação,  

Onde cada beijo sela um pacto  

E cada encontro é um risco doce.  

És o desejo que beija meus lábios,  

E eu, um homem que nunca temeu o abismo,  

Flerto com o Hades, passeio pelo Tártaro,  

E sorrio diante dos portões do submundo 

Enquanto Cérbero ruge às nossas sombras.  

 

Nós dois, dançando entre chamas e delírios,  

Eu te falo de amor, mas é desejo o que me consome.  

Tua pele macia me oferece pecado e redenção,  

Teu cheiro, mais embriagante que o vinho dos deuses.  

Nosso reencontro sempre para o mundo,  

Mas, oh, como desejamos que nunca tenha fim. Mas por caprichos do tempo tão logo passa

 

Teus beijos são promessa e seduções 

E eu, tolo, aceito sem hesitar.  

Porque ao seu lado já não sou mais um homem sensato,  

Sou um eterno viajante das chamas,  

Que pisa descalço nas brasas do Tártaro,  

E volta, sempre volta, faminto do proibido.  

 

Assim me faço Dom Juan,  

Mas quem não se rende quando encontra a loucura do desejo?  

Posso tentar fugir,  

Mas tu és o vício que renasce a cada aurora,  

E eu sou aquele que retorna,  

Porque a verdade, minha doce tentação,  

É que me atrevo a dançar com o proibido.  

Pois no fim, é o risco que me embriaga,  

E quem mais pode entender isso senão nós dois,  

Que nos conhecemos desde as mas tenras auroras  

Sempre queimamos com o fogo,  

E, como mariposas, voltamos sempre a ele,  

Em busca da chama que nos fazem