Luiza Castro

Depressiva

Ela vem bem quietinha,
vem em forma de lembranças.
Se senta no sofá, me faz companhia,
tristes recaídas que me atingem feito uma lança.

Oscilando entre o vazio e a tristeza,
queria, sinceramente, poder acabar.
A minha vida passa por uma linha reta...
Acho que estou morta, preciso descansar.

E foi só um gatilho, esperando para mirar.
O arco daquela flecha já está me esperando.
Eu, sempre andando pelas sombras das árvores,
em um cemitério de lembranças mal curadas.