Nos teus olhos mora um segredo,
um lume que arde e se esconde,
malícia sutil, desejo contido,
como quem dança sem que a pele responda.
Mas no sorriso, ah, no sorriso…
vive a brisa mais pura do mundo,
a inocência que engana, que finge,
que veste a calma sobre o profundo.
No jeito de falar, tão doce, tão leve,
há um toque de flor, um sopro de céu,
mas quem te conhece, quem sente, quem bebe,
sabe o incêndio que mora ao léu.
No sentar, és poesia que escorre,
no deitar, és silêncio e marfim,
tua essência caminha entre mundos,
tua alma é o verbo que habita em mim.
Teu corpo é promessa que nunca se apressa,
delicado, menina, mas feito chamar,
um jogo sutil entre o riso e a febre,
onde a pele ensina o que a boca calar.
Teu toque é mistério, teu cheiro, veneno,
o beijo é um susto que pede por mais,
tens o desejo de quem já conhece o abismo,
mas a inocência de quem não se lança jamais.
17 fev 2025 (14:13).