Minha mente e coração se desintegraram,
fragmentos,
partículas dispersas,
medo de que cada um tenha voz própria,
assuma,
corte como vidro,
ou distorça como espelho.
A dor é uma lâmina invisível
que se refaz.
O reflexo, distorcido,
revela o que não sou,
o que fui.
Mas aos poucos,
esses pedaços se coalescem,
sólidos,
e a dor se revela nítida,
incontida,
como um corpo feito de espelhos quebrados.
Agora, sou fragmento e espelho,
vidro que corta e reflete,
vulnerável e irreparável.