No cheirinho do café
Canoeiro está de pé
Destino de pescador;
Dá um abraço bem dado
E um beijo bem beijado
Na Maria, seu amor...
Há um mês casou com ela
Numa festa na capela
Como nunca teve antes;
Ela de noiva vestida
Parecia parecida
A Santa dos Navegantes...
Teve baile a noite inteira
Ao redor duma fogueira
Numa alegria maluca;
Foi uma festa festada
Que se deu por acabada
Na noite velha caduca...
No ofício de pescar
Canoeiro vai pro mar
Maria fica rezando;
Ela reza o terço inteiro
Ao olhar o canoeiro
Mar afora distanciando...
Nasce um dia, dois e três
Maria vai lá outra vez
Na tormenta do pensar;
E como um sonho traiçoeiro
Ouve a voz do canoeiro:
\"É doce morrer no mar...\"