A semana se despede,
como um suspiro cansado,
e o fim de semana nasce,
suave, como o primeiro raio de sol
que toca a terra adormecida.
Abro a janela da alma,
deixo o vento murmurar segredos antigos,
acariciando os vestígios do dia,
levando as sombras que ainda resistem.
A brisa limpa o rosto,
como mãos que tocam um coração cansado,
e dissolve as marcas do caminho.
O mar, distante, fala em silêncio,
sua canção embala os pensamentos,
que flutuam, leves,
como aves que voam sem destino.
O corpo se entrega à areia,
livre, como se o tempo fosse apenas uma lembrança.
As dúvidas são marés,
se afastam sem deixar marcas.
Olho o horizonte,
onde o céu não tem pressa,
como se soubesse
os mistérios que meu coração ainda tenta entender.
O café, quente, no amanhecer,
abraça a alma,
como um amigo que chega sem aviso,
trazendo à tona memórias de serenidade.
Na dança das folhas,
a vida segue o compasso do vento,
em um ritmo que nos guia
sem perguntas, sem respostas.
E todos ao meu redor,
em seus olhos, buscam o mesmo refúgio:
o lugar onde o coração se encontra em paz.
Neste fim de semana,
façamos uma purificação da alma,
removendo as pedras que pesam o corpo,
plantando sementes de paz
que florescerão no jardim da tranquilidade.
Que a luz que entra pela janela
ilumine também os cantos mais escuros do ser,
e que o amor, como o vento,
entre sem pedir,
como uma brisa suave que nos envolve.
Que este momento seja renascimento,
um lembrete do que somos,
e do que ainda podemos ser.