Sezar Kosta

RENOVAÇÃO DA ALMA NO FIM DE SEMANA

A semana se despede,

como um suspiro cansado,

e o fim de semana nasce,

suave, como o primeiro raio de sol

que toca a terra adormecida.

 

Abro a janela da alma,

deixo o vento murmurar segredos antigos,

acariciando os vestígios do dia,

levando as sombras que ainda resistem.

A brisa limpa o rosto,

como mãos que tocam um coração cansado,

e dissolve as marcas do caminho.

 

O mar, distante, fala em silêncio,

sua canção embala os pensamentos,

que flutuam, leves,

como aves que voam sem destino.

O corpo se entrega à areia,

livre, como se o tempo fosse apenas uma lembrança.

As dúvidas são marés,

se afastam sem deixar marcas.

 

Olho o horizonte,

onde o céu não tem pressa,

como se soubesse

os mistérios que meu coração ainda tenta entender.

O café, quente, no amanhecer,

abraça a alma,

como um amigo que chega sem aviso,

trazendo à tona memórias de serenidade.

 

Na dança das folhas,

a vida segue o compasso do vento,

em um ritmo que nos guia

sem perguntas, sem respostas.

E todos ao meu redor,

em seus olhos, buscam o mesmo refúgio:

o lugar onde o coração se encontra em paz.

 

Neste fim de semana,

façamos uma purificação da alma,

removendo as pedras que pesam o corpo,

plantando sementes de paz

que florescerão no jardim da tranquilidade.

 

Que a luz que entra pela janela

ilumine também os cantos mais escuros do ser,

e que o amor, como o vento,

entre sem pedir,

como uma brisa suave que nos envolve.

Que este momento seja renascimento,

um lembrete do que somos,

e do que ainda podemos ser.