Enquanto vivo expressarei em linhas frias
O sentir dolorido das dores desta vida
Que me acompanham no decorrer dos dias meus
Antes que a morte venha findar a minha estrada
Terei a graça de compor com meu sofrer
Na lira divina o que Deus desenhou
Pode ser que hoje mesmo chegue ao fim
Mas irei com a alma saciada e enriquecida
Pois mesmo que chore ao escrever
Honro com alegria o que Deus me emprestou
Nós momentos de desenganos é que encontro inspiração
Nas horas silenciosas que acolho a solidão
E nestas horas em que a saudade
Vem em surdina alfinetar-me o coração
E muito além de apenas escrever poesia
É reviver o glorioso e dourado passado
Daqueles que deram orgulho ao Divino um dia
Pode ser que a alegria derradeira
Seja o oposto da tristeza perpétua
E mesmo só, creio não viver sozinho
Terei comigo a solitude como companheira
Tantas pessoas em minha vida já passaram
Eu tive a graça de poder as conhecer
E os momentos que me lembro me alegram
Me dói na alma um dia esquecer
Irei saudando as memórias do passado
Glorificando a Deus o que for nobre puro da alma
Darei prestígio a pureza da inocência de criança
Já a corações perversos tem seu lugar reservado na lama
Serei para sempre esse jovem tão saudoso
Pois tenho na alma o eterno cofre de amarguras
Eu já nasci para glorificar o nome seu
Não posso jamais profanar o dom divino que Deus me deu