ERALDO

MOÇA DA CIDADE.

 

A vida de vaqueiro é linda feia e teu preconceito as vezes levanto cedo arreio o meu cavalo parto para o cerrado buscar o gado, debaixo da chuva mas lá tem uma casinha que foi meu paiou da pra ficar deitado enquanto o sereno passar.

 

Enquanto isso ouço o grilo, e o rouxinol, vendo o dia amanhecer lá no meu curral.

 

Moça eu posso não ter dinheiro que os playboys têm mais em questão de vida eu vivo melhor. 

 

Ó ó todos aqui são meus amigos, não ando escondido por temer levar um tiro aqui eu ando só. 

 

Vivo desprotegido aqui não tem bandido tô livre de pegar um tiro quem me protege e maior, ouço o cantar dos grilos alegrando os meus ouvidos esse é meu xodo.

 

Acendo meu cigarro de palhas ouvindo a cigarra cantar meu forro, juro que a juriti cantando é bem melhor do que os barulhos lá da capitá. 

 

Não sinto saudades da cidade se um dia me dê vontade tú me chamasse pra morar com tu. Juro que eu não iria pois minha moradia aqui e bem melhor.

 

Eu não quero seu dinheiro sei que tem um bom emprego que dava pra nós dois, quero é uma vida sucegada de vaqueiro no meu cariri.

 

Moça pode ir embora deixar a saudade de vir morar com eu. Vai levando as lembranças embora mais se não correr perigo precisar de um amigo estou aqui. 

 

Deitado na minha choupana fumando um cigarro de palha na beira do açude e no meu pajeú.

Eraldo De Sousa Silva