Sezar Kosta

A SIMPLICIDADE DO AMOR À MODA ANTIGA

Sou o eco do que a vida esqueceu,

a voz que encontra beleza na flor

e no sopro manso do vento,

que não precisa de pressa para ser sabor.

 

Amo o antigo e, em seu calor,

encontro o abraço que o tempo não apaga,

a palavra que repousa,

a mão que segura sem querer soltar.

Amar é como respirar:

não é escolha, é essência.

 

Vejo olhos que me julgam estrangeiro,

dizendo-me velho, fora de sintonia,

mas sou raiz que resiste

quando ventos desfolham a alma.

Sou rio que corta as pedras,

mesmo quando o tempo tenta apagar seu traço.

 

Trato a mulher amada como estrela,

não para ser distante, mas para iluminar

as sombras do peito e os cantos da casa.

Carinho é um farol que nunca se apaga,

respeito, um pacto que o silêncio celebra.

No toque das mãos entrelaçadas,

há mais eternidade

do que em todas as palavras do mundo.

 

Dizem que sou antiquado,

mas quem decide o que é velho ou novo?

A moda é um rastro efêmero,

mas o coração não aprende a se reinventar.

Caminho pela estrada da simplicidade,

onde o silêncio do amor

fala mais que os gritos apressados do mundo.

 

E ao final, sou grato:

grato pela leveza de ser quem sou,

antigo talvez, mas profundo,

como um rio que nunca cansa.

Essa é a beleza de ser simples.