Sou o eco do que a vida esqueceu,
a voz que encontra beleza na flor
e no sopro manso do vento,
que não precisa de pressa para ser sabor.
Amo o antigo e, em seu calor,
encontro o abraço que o tempo não apaga,
a palavra que repousa,
a mão que segura sem querer soltar.
Amar é como respirar:
não é escolha, é essência.
Vejo olhos que me julgam estrangeiro,
dizendo-me velho, fora de sintonia,
mas sou raiz que resiste
quando ventos desfolham a alma.
Sou rio que corta as pedras,
mesmo quando o tempo tenta apagar seu traço.
Trato a mulher amada como estrela,
não para ser distante, mas para iluminar
as sombras do peito e os cantos da casa.
Carinho é um farol que nunca se apaga,
respeito, um pacto que o silêncio celebra.
No toque das mãos entrelaçadas,
há mais eternidade
do que em todas as palavras do mundo.
Dizem que sou antiquado,
mas quem decide o que é velho ou novo?
A moda é um rastro efêmero,
mas o coração não aprende a se reinventar.
Caminho pela estrada da simplicidade,
onde o silêncio do amor
fala mais que os gritos apressados do mundo.
E ao final, sou grato:
grato pela leveza de ser quem sou,
antigo talvez, mas profundo,
como um rio que nunca cansa.
Essa é a beleza de ser simples.