António Anacleto

Parto tudo!

Parto pratos,
parto coisas,
quebro canecas e loiças,
rebento esquemas
e preconceitos,
expludo o mundo
com os meus feitos!
escrevinho em paredes
desenho as minhas sedes,
meu espírito e minha alma!
Esculpo num pedaço de pau
moldo em gesso ou em barro
grito, assobio ou canto,
solto de mim minhas mágoas!
reajo a cada momento!
num burburinho de sentimentos.
Mas o meu corpo,
esse estúpido preguiçoso,
nem sequer se mexeu!