Somos vento, sopro leve,
somos sombras a passar,
somos riso, somos pranto,
somos nada a se formar.
O agora já se esvai,
feito areia entre os dedos,
o que temos? Quem nos somos?
Se até o tempo é segredo.
O amor chega e se perde,
a dor nasce e se desfaz,
e no ciclo dos instantes,
tudo é pouco, tudo é mais.
Não há ter, só há ser,
por um tempo, por um dia,
somos rastros, ecos breves,
somos pó… e poesia.