Mauricio Poeta

Bolinhas de sabão...

 

Pelo quintal de minha infância,
escapei,
Certa manhã, dessas manhãs 
de solidão, 
E entreti-me...  Com as bolinhas 
de sabão, 
Que em cada sopro bem soprado
eu criei...


Ah, essas bolinhas de sabão, finas
esferas, 
Da espessura desses meus cabelos
brancos, 
São da mistura de tantos os prantos 
francos,
Que carrego, pelas fiéis... E vividas,
primaveras.


E assim a vida... Vai aos poucos
diluindo, 
Qual a bolinha de sabão de minha 
infância,
Que incontinenti, e 
inexorável... Foi
sumindo...


O tempo passa, em cada tempo, e
lugar...
Se as bolinhas de sabão... Vão para 
o nada,
Eu sou o nada... Não sei onde hei
de chegar...


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