No tempo que corre, não houve um instante
para ser leve, para ser brilhante.
A vida exigiu que eu fosse muralha,
enquanto a alegria morria na falha.
Fiz-me de rocha, vesti-me de aço,
ergui minha guerra em cada passo.
Mas dentro do peito, um sopro esquecido
sussurrava um riso, um sonho perdido.
Ser forte demais tem um preço a cobrar:
carregar tempestades, sem se molhar.
E quando a alma, num fio, recorda
que a vida é mais que batalha e corda,
Descubro, entre as sombras, um medo a ruir:
a força me fez resistir…
mas nunca me ensinou a apenas sentir.