E se um dia eu acordar e não doer?
Se teu nome já não pesar na minha boca,
se o teu rosto for só um vulto a morrer,
e o que fomos se tornar memória oca?
E se o tempo me roubar de você,
se a saudade for só um sopro distante,
se o peito já não arder ao te ver,
se eu deixar de querer teu toque errante?
Eu não quero o alívio, não quero a paz,
não quero que o amor vire cinza e poeira.
Porque aceitar que você não volta mais
é abrir a porta para vida inteira.
Mas eu não quero... eu não posso seguir,
porque seguir é aceitar que acabou.
E se um dia eu parar de sentir,
quem sou eu sem quem me marcou?