Luiza Castro

Navegando na Mesmice

No seu mundo escuro e sem sonhos,
ela se prolonga no automático,
velejando em um rio, remando contra a maré,
sempre acompanhada do amigo cansaço.

E vem ela, tão triste, nadando,
sempre fazendo o mesmo movimento.
No seu barco pequeno, como sua mente,
desnorteada, sem noção de tempo.

Quando vem a primeira turbulência,
ela chora, como se não raciocinasse,
o seu cérebro frágil e sempre tão lento,
pensamentos negativos, o seu automático.