António Anacleto

O anel da Rosemarie

1º Acto
 
Escandaloso foi o dia
em que Rosemarie recebeu
aquele elegante galanteador
em quem tanto confiou!
 
Ela, de alegria sorria
e quase desfaleceu
de paixão e amor
quando ele com ela falou!
 
Um raio de luz seria?
Que homem este que lhe apareceu.
Seu rosto se encheu de rubor.
De incomodo ela suou!
 
Desgostar seus Pais, não queria!
Mas nem um minuto lhe mereceu,
antes de expor seu súbito amor,
do qual o mundo inteiro falou!
 
 
2º Acto
 
Ele a ela se dirigiu,
sua mão ele pegou
e misteriosamente lhe confessou
que de encantos ela é farta.
 
Lhe pediu,
Lhe implorou,
de joelhos ele chorou
por alguns momentos na Mata!
 
Ela vermelha sorriu
e o convite reprovou.
- Por quem você me tomou?
O Sr. Tem muita lata!
 
 - Minha querida, ainda não viu
a pessoa que eu sou!
Se a mal me tomou...
então por favor me mata!
 
 
3º Acto
 
- Meu querido por favor
não quero que me leve a mal,
entenda quem eu sou.
Sou moça de sociedade
 
- Não posso, por pudor,
entregar num acto carnal
a inocência que me transformou
neste cúmulo de seriedade!
 
- Então me dê sua alma, seu amor,
que tal ninguém leva a mal.
Se de sua desconfiança, se desligou,
já por si me traz felicidade.
 
- Lhe dou este anel, de grande valor,
não financeiro, mas sentimental,
minha mãe me o deixou
com grande amizade
 
 
4º Acto
 
- Caro Sr., que tanto adoro,
muito me agrada seu pedido.
Aceito assim com muito gosto
e espero não me enganar.
 
- Com seu anel, meu dedo decoro,
e para sempre me será querido.
De meu amante já ganhou posto
e com prazer vou-me entregar!
 
- Na mata, de prazer eu choro.
Não posso acreditar no sucedido.
Sexo já me caiu no gosto,
por ele posso até matar
 
- Minha querida .... que decoro,
Que antes me tinha vendido!
Mas não me cabe o posto
de a inocência lhe tirar
 
 
5º Acto
 
- Concordo Sr. com pesar
da fragilidade de minha inocência,
mas como tal assim é
o valor de sua aliança!
 
- Como ousa divagar,
só pode ser demência
meu anel é como é...
mesmo não sendo de fiança :-(
 
- Ouso sim lhe perguntar,
se aos 30 esperava inocência?
Será o sr. xoné,
ou teria outra esperança?
 
- Aí posso acreditar
que seu amor tem dependência
mas eu não sou mané
no seu anel não tenho crença!