Uma folha da árvore, cai.
O vento leva tão distante...
Voando pra longe, vai.
Flutuando pro horizonte.
A nascente atrai a folha,
Desce o rego junto da gota.
Encontrando ciscos e bolhas,
Enquanto viajam de boa.
Vai navegando pelo rio,
Margeando por longas terras,
Vendo os fatos frios,
Chegando no final da serra.
Seguindo o salto da cachoeira,
Continuando seu percurso,
Deixada no lençol à beira
Cristalina em seu vulto.
Uma semente do fruto, cai.
E a ave a leva distante...
Voando pra longe, vai.
Deixando no ninho ao monte.
A terra atrai a semente,
Que rola para solo estéril,
Encontrando o alívio quente ,
Do arado do campo fértil.
Do lado a companhia do rio,
Vindo do alto da serra,
Se montando ao lado fino,
Permeando sob aquela terra.
Curtindo o salto visível,
Sentindo seu dorso quebrar,
Fazendo o possível,
Pra se erguer e levantar.
Novamente caem pingos,
Do céu carregado,
Renovando seus linhos,
Naquele tempo desbotados.
Se por vezes volta a sonhar,
Estar entrelaçado onde nasceu,
No topo da copa, pra olhar,
Quando se desprendeu...