Aguardo-te sob a laranjeira, onde reluz a lua.
Tu vens flutuante pela grama baixa, acariciada pela brisa leve.
Sinto teu perfume que chega primeiro, como teu arauto
Meu coração bobo dança e faz graça como um palhaço.
Despeço-me da dúvida de ser um sonho, assim que nossos dedos se entrelaçam,
E Sinto-me tão seguro em tua fragilidade, pois hei de cuidar de ti.
Admiramos deitados as constelações,
Contamos as estrelas que abandonam o céu,
Fazemos pedidos.
Que o relógio do universo pare e não nos arremesse aos compromissos,
Abraça-me e recosta teu rosto triste em meu peito.
Sim, o sol já reflete no orvalho e o tempo nos ordena aos gritos das pássaros.
Durante o dia sou incompleto sem você.
Ao término das noites, feito em pedaços.
Arthur Mello Noos