Cigana, eu te invoco,
Que o amor universal
Te traga até mim.
Cigana, eu te convoco,
Venhas ao meu lado dormir.
Cigana, de joelhos, imploro:
Tatues um beijo de boa noite,
Cheio de açoites, rumores,
Rubrores e ardores bem aqui.
Juro, de pés juntos e mãos atadas,
Por todos os deuses e deusas do Nada -
Que nada são e nada governam -
Juro, perante eles, que nada improperam:
Salém ficará no esquecimento e,
Hoje mesmo, teus inimigos queimarão ao vento.
Assim virei a ti e te livrarei do julgamento:
Quando sussurrares palavras de contentamento
E os prazeres e a dor que carregas em teus seios
Derem à luz o fogo que arde e nos consome,
Que nos envolve em gemidos inexprimíveis.
Assim, saberás que foi liberta e
O único jugo que levarás será
Nosso amor que a tudo preserva.