Na vida fui teu servo inconsequente
Na morte, és minha alma escrava tua
Em vivência, mesmo pálida te desejei
Do além, vago a procura de teu rastro
Meu corpo putrefato ainda te aspira
Morri, porém, a paixão ainda respira
Aquilo a sugar toda minha essência
É o cibalho a nutrir essa persistência
A larva devorou todo o meu tecido
Contudo evitou este afeto mórbido
E eu a idealizar e alimentar um patológico delírio
Em meu raconto a genuflectir pela seiva de tua casta
Recebo em meu peito as chagas do tirano martírio
E habito em orbe de intransitável tristura sarcasta