Ernane Bernardo

Gente de Rua

 

Gente de Rua

 

Onde os olhos enxergam… 

Mas o coração não sente! 

Há um vazio… 

Na alma dessa gente! 

Seu semblante áspero 

Translúcido sem esperança... 

Por longas madrugadas 

O vazio n\'alma flagela. 

Possibilidade restrita 

Dilacera seu pensar! 

O sereno estala os ossos 

Na frieza da calçada. 

Só o amigo cão 

E seu olhar acabrunhado 

Se ajeita no pequeno espaço 

Aquece um pouco a alma! 

Seus olhos encharcados 

Faz o homem sentir na pele, calado!

E ouvindo sem palavras 

Seu discurso emudece 

De tanta dor o mundo esqueci.

 

_ Ernane Bernardo