Ao te encontrar, o mundo se dissolve,
não como névoa ao amanhecer,
mas como se, tímidas, as estrelas
acendessem uma luz nova dentro de mim.
É um toque de vento suave,
que transforma a leveza do ar em tempestade,
uma tempestade que não arrasta, mas acolhe,
que despeja em mim o que desconhecia em meu peito.
Teu sorriso, primeira chama de um sol tímido,
aquecendo a pele antes fria,
pela carga dos dias sem cor.
E, na tua presença, o cotidiano se refaz,
não como um ciclo repetido de rotinas,
mas como um rio que, ao ser tocado,
desenha margens novas a cada passo.
Juntos, somos mãos entrelaçadas,
e o tempo se despede sem pressa,
como quem entende que não precisa de palavras
para eternizar o que se vive.
Você é a renovação da minha terra,
o frescor brotando das chuvas inesperadas,
lavando pedras e fazendo surgir
nos olhos e na alma um novo amanhecer.
Mesmo quando a distância se impõe,
como sombra que cresce na noite,
não há temor.
Pois sei que, em algum lugar,
o que ficou em mim é eterno.
Dentro de mim,
uma constelação tecida com o brilho do teu ser,
e não importa o quanto o vento sopre,
a estrela que você é nunca se apagará.